quinta-feira, 17 de maio de 2007

Projeto Forro Vida Longa Unicamp

Objetivo
O objetivo do programa é a reutilização das embalagens longa vida na construção civil com o potencial de uso em habitações precarias , escolas ,escritórios, etc.. A utilização do alumínio presente nas embalagens de leite e de outros alimentos "longa vida", pós-uso, como refletor de calor, para aumentar o conforto térmico nas edificações. Nestas embalagens, o alumínio protege os alimentos da incidência de luz, entrada de oxigênio e de vírus.
O alumínio tem a propriedade física de refletir mais de 95% do calor que chega através de radiações, e de emitir menos de 5%, dependendo do estado de polimento de sua superfície.
Forma de Utilização
A- Como subcoberturas, sob telhados, na forma de mantas feitas com as caixinhas abertas e coladas lado a lado.
B- Refletindo o calor e a luz solar incidente, na forma de persianas e cortinas.
Em qualquer das formas utilizadas, o material das embalagens não é alterado. Trata-se de uma transformação do material atualmente destinado ao lixo, em material de construção, com uma utilização muito nobre (ver figura). Portanto, é muito melhor do que uma reciclagem.
Considerando-se uma produção anual em torno de 6 bilhões de unidades, teremos as seguintes quantidades de materiais potencialmente recicláveis, desde que fosse possível sua separação completa:
Alumínio: 8.400 ton/ano
Plástico: 33.600 ton/ano
Papelão: 168.000 ton/ano
Devido à forte aderência entre estas camadas, torna-se impossível a separação das mesmas de uma forma econômica.
Cerca de 15% deste total é parcialmente reciclado, recuperando-se a celulose e o polietileno contendo o alumínio, e no qual o alumínio aparece degradado na forma de impureza, ou de enchimento, configurando-se assim uma inversão de valores econômicos. O resto, 85% das embalagens usadas, é enterrado como lixo.
O alumínio consome enorme quantidade de energia elétrica para ser produzido: 14,7 MWh/ton o que totaliza 123.480 MWh "jogados" no lixo. É o que se chama de "eletro-lixo".
Benefício para a Qualidade de Vida, Saúde e Conforto
Milhões de famílias brasileiras de baixa renda, tem suas habitações cobertas com telhas de cimento-amianto, que se caracterizam por aquecer-se facilmente a altas temperaturas (60 a 70oC) sob a incidência da luz solar, e irradiando seu calor na forma de raios infravermelhos para o interior das residências. A temperatura destas telhas, quando escurecidas pelo tempo, pode ser superior a 70oC, tornando o ambiente interno insuportável. O desconforto térmico é maior ainda nas regiões litorâneas, devido a maior temperatura e umidade relativa do ar.
Tal desconforto tem graves conseqüências para a saúde, afetando gravemente a disposição para o trabalho e muito mais ainda para o estudo.
Sabe-se também que no calor há um aumento da violência. Muito mais ainda quando dentro de casa a temperatura fica muito acima da adequada para o ser humano. Torna-se quase que impossível dormir de dia, para as pessoas que trabalham a noite.
Muitas escolas são cobertas com estas telhas, o que torna o ambiente muito quente, e totalmente inconveniente para as crianças, desestimulado a freqüência e reduzindo o rendimento escolar.
Como agravante, no inverno não protegem os moradores contra o frio, visto que não impedem a saída do calor interno, se existente.
As casas de telhas vãs deixam muito frio entrar pelo telhado, o que causa um desconforto perigoso para a saúde no inverno. A adoção de uma subcobertura de caixinhas de leite, impede este resfriamento .
Além das milhões de famílias que habitam barracos, muitas outras habitam casas de alvenaria, porem cobertas com estas telhas.
A razão básica para o uso das telhas de cimento-amianto, é devido ao menor custo das mesmas, por metro quadrado, e também pelo menor uso de madeiramento de sustentação.
Mesmo as casas com telhas de cerâmica se aquecem demais no verão, e deixam muito frio entrar com os ventos, principalmente nas madrugadas de inverno. A adoção de uma subcobertura de caixinhas de leite, impede este resfriamento .
Motivação Adicional
No decorrer dos trabalhos para o desenvolvimento das mantas refletivas, descobriu-se que o material poderia também refletir o calor da luz solar incidente diretamente no mesmo, o que levou à idéia de se fazerem cortinas e persianas refletivas, que se comprovaram ser altamente eficientes, após diversos testes e aplicações experimentais.
Este efeito acontece mesmo considerando que o alumínio esteja sob duas camadas de polietileno, o que ajuda a protege-lo. O alumínio usado é altamente brilhante, mas é muito frágil devido à sua espessura é muito reduzida (0,035mm). O papelão da caixinha, reforçado pelas 4 camadas de polietileno, se torna suficientemente forte para suportar todas as aplicações.
Fonte: Ambiente Brasil
Contatos:Luís Otto Faber Schmutzler FEM - E-mail: luisotto@uol.com.brEngenheiro Civil-Industrial Mod QuímicaPesquisador-Colaborador do LABIOMEC-Laboratório de Engenharia Biomecânica - FEM-Faculdade de Engenharia Mecânica - UNICAMP: www.fem.unicamp.br/~vidalong

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